Nesse conteúdo vamos explicar as definições de segurança, vigilante, guarda, vigia e porteiro e suas principais diferenças de atuação, de acordo com suas funções, responsabilidades e capacitação profissional. Fatores que devem ser observados e considerados na contratação, capacitação, definição de atribuições e cobrança de resultados. Muitas pessoas têm dúvida, afinal, mesmo sendo termos parecidos, suas funções são diferentes!
É importante destacar a importância de cada uma dessas funções para a proteção privada das pessoas, bens, áreas, propriedades e valores. Neste contexto, cada profissional envolvido desempenha um papel específico e importante, contribuindo para a efetividade das soluções de segurança adotadas.
Compreender esses termos e suas atribuições específicas é fundamental para termos uma visão clara do universo da segurança privada, e da contribuição dos seus diversos atores, e como se encaixam nesse cenário.
Resumo da diferença entre segurança, vigilante, guarda, vigia e porteiro
A diferença entre segurança, vigilante, vigia e porteiro pode ser resumida da seguinte forma:
- Segurança Patrimonial: Refere-se ao conceito amplo de proteção contra perigos, riscos ou ameaças. No contexto popular, pode ser usado como sinônimo de profissional de segurança.
- Vigilante: Profissional regulamentado pela Lei nº 7.102/1983. Passa por um curso de formação, e possui direito ao porte de arma em serviço. Suas responsabilidades incluem vigilância patrimonial, escolta de cargas, segurança pessoal e transporte de valores.
- Vigia: Contratado para observar, zelar e guardar patrimônio alheio. Atua de forma preventiva, não oferecendo resistência em caso de ação criminosa. A profissão de vigia não é regulamentada por lei e não exige um curso de formação específico.
- Guarda: O guarda é um termo popularmente utilizado para se referir a profissionais de segurança patrimonial.
- Porteiro: O porteiro trabalha em portarias ou portões, controlando o acesso físico de pessoas, objetos, bens e veículos. Auxilia na prevenção de furtos, roubos ou danos ao patrimônio. Assim como o vigia, a profissão de porteiro não é regulamentada por lei e não exige um curso de formação específico.
O que é segurança patrimonial?
A segurança patrimonial é um grupo de medidas e práticas e visa manter o patrimônio livre de interferências, perturbações e danos. Também garante a integridade física das pessoas, assim como a do patrimônio. Portanto, não é apenas uma definição de profissão, mas sim um conjunto de ações de um serviço.
A missão principal da segurança patrimonial é reduzir ao máximo o risco de perdas. Para que o serviço seja efetivo, é necessário criar um planejamento completo, uma análise de riscos e profissionais treinados.
Os danos podem ser roubos, furtos, incêndios, acidentes e qualquer outro evento que possa causar prejuízos para a organização.
As perturbações são ocorrências que ameaçam, alteram ou interrompem a rotina do local, elas também podem causar prejuízos financeiros.
Já as interferências podem ser evitadas, na maioria das vezes são espionagens, sabotagens, roubo de informações e atos de concorrência desleal. Qualquer ato que possa afetar o negócio da empresa. As principais formas de atuação, são elas:
- Proteção de entradas não permitidas e permitidas.
- Orientação e advertências sobre atitudes das pessoas em circulação. Deixar claro como são as regras e procedimentos de segurança.
- Averiguação sobre a estabilidade e o bem-estar do local, analisando qualquer indício de anormalidade na área.
- Assistência a qualquer tipo de auxílio prestado pelo vigilante, para pessoas da empresa ou visitante.
- Intervenção em uma situação que está acontecendo ou vai acontecer, tem o objetivo de controlar as ações do momento.
- Registro de ocorrência de todos os fatos ocorridos na empresa.
A segurança patrimonial busca prevenir contra:
- Roubos;
- Incêndios;
- Acidentes;
- Violação de sistemas informatizados;
- Chantagens;
- Explosões;
- Desabamentos;
- Sequestros;
- Uso de drogas e álcool no ambiente de trabalho;
- Furtos e outros prejuízos.
Além disso, a mesma afasta algumas interferências, como: sabotagem, roubo de informações e espionagem. Entretanto, caso se contrate um segurança para cumprir com a atividade é preciso considerar que ele não pode usar armas. Isso porque a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) não coloca a segurança como uma ocupação profissional.
O que é um vigilante Patrimonial?
Vigilante é profissional capacitado em curso de formação de vigilante, empregado de empresa especializada ou empresa possuidora de serviço orgânico de segurança. É responsável pela execução das atividades vigilância patrimonial, escolta de cargas, segurança pessoal e transporte de valores.
A profissão de vigilante é regulamentada pela Lei nº 7.102, de 20 de junho de 1983, que estabelece critérios específicos para atuação na função, como formação em curso autorizado pela Policia Federal, e direito ao porte de arma em serviço, e prisão especial por ato decorrente do serviço. É o único profissional da segurança privada, com sua profissão regulamentada por lei.
Entre outras exigências, o vigilante patrimonial precisa ter:
- Certificado de conclusão do curso de formação de vigilantes, registrado na Polícia Federal.
- Reciclagens periódicas.
- Carteira Nacional do Vigilante.
- Ser maior de 21 anos.
- Não ter antecedentes criminais.
- Exame de saúde mental, física e psicotécnica.
O vigilante patrimonial, portanto, busca promover a orientação sobre quais são as melhores medidas de segurança daquele ambiente. Além disso, promove assistência para a empresa, advertindo situações irregulares, intervindo em situações de risco e realizando o registro de ocorrência.
Assim, podemos afirmar que os vigilantes previnem e controlam delitos e outras irregularidades, agindo em busca do zelo e segurança do patrimônio das pessoas. O vigilante atua em paralelo com a força policial, impedindo ações criminosas.
Vale ressaltar que o vigilante precisa contar com cursos validado pela Polícia Federal. Isso porque, durante seu exercício, é assegurado que ele tenha um porte de armas.
A vigilância patrimonial também assegura a integridade das pessoas, mas pode ser exercida em diversos ambientes. Ela pode estar nas áreas rurais e urbanas, setores públicos e privados ou em condomínios e empresas. A vigilância patrimonial reúne um conjunto de ações que objetivam promover a integridade de bens e pessoas. Para isso, atua:
- Na orientação de moradores, visitantes, clientes, colaboradores, prestadores de serviços e entregadores, no sentido de informar as regras e os procedimentos do local;
- Realizando averiguações no local, cuidando da integridade e do bem-estar, buscando identificar possíveis anormalidades;
- Na assistência ao local, onde presta todo o apoio necessário às pessoas;
- Aplicando advertências e promovendo avisos caso algo esteja em situação irregular, sempre para combater ações indevidas;
- Intervindo durante um potencial evento de perigo ou problema que demande ações específicas de um profissional de vigilância;
- No registro de ocorrências, para que possíveis fatos fiquem registrados e possam ser acessados posteriormente caso seja necessário.
Importante: o profissional em vigilância patrimonial é o único habilitado a atuar nesse cargo, sendo indispensável contratar pessoas com experiência no ramo.
Para concluir, a segurança patrimonial é um conjunto de medidas, práticas e a vigilância patrimonial é a atividade exercida para a proteção. Ambas fazem parte de um plano de segurança privada, juntas são uma forte arma na prevenção de ocorrências criminosas.
O que é um vigia ou guarda?
Vigia ou guarda de segurança é um profissional contratado para vigiar, zelar, guardar, através da observação, um patrimônio alheio, para inibir ou detectar tentativas de crimes contra o patrimônio (furto, roubo, dano e etc.). Ele atua de forma preventiva, não oferece resistência frente a uma ação criminosa, limita-se a acionar reforço policial. Ou seja, guarda ou vigia, é um termo popularmente utilizado para descrever os profissionais de segurança patrimonial que atuavam antes da regulamentação da profissão de vigilante.
A profissão de vigia não é regulamentada por lei, e não exige um curso de formação específico para o seu exercício. O vigia desempenha a função de observar, fiscalizar, zelar, cuidar e vigiar o patrimônio alheio, não tem a atribuição de oferecer resistência a ações criminosas, limita-se a solicitar apoio aos Órgãos de Segurança Pública. Neste contexto, não tem autorização legal para porte de arma em serviço.
Ele pode atuar fazendo rondas ou sendo garagista.
O que é um porteiro?
Porteiro é o profissional que trabalha em portarias, portões ou similares, nas de dependências de áreas privadas ou públicas (empresas, condomínios, escolas, órgãos públicos e etc.), realizando controle de acesso físicos de pessoas, objetos, bens e veículos, para auxiliar na prevenção de furtos, roubos ou danos ao patrimônio.
A profissão porteiro não é regulamentada por lei, e não exige um curso de formação específico para o seu exercício. O porteiro desempenha a função de observar, fiscalizar, atender ao público, e controlar acessos de pessoas e bens em um determinado local. Ele não tem a função de oferecer resistência frente a uma ação criminosa, limita-se a solicitar apoio policial. Neste contexto, não tem autorização legal para porte de arma de fogo em serviço.
O porteiro é muito contratado para estar a frente da portaria de condomínios. Pois ele possui várias atribuições com uma papel importante para garantir a segurança dos moradores e dos demais funcionários, já que é ele quem concede acesso a visitante e prestadores de serviços.
A profissão de Porteiro, como o próprio nome sugere, refere-se a pessoa que realiza atividades relacionadas a Portaria.
Se restringe a trabalhos realizados nas portarias ou portões dos estabelecimentos empresariais/comerciais, condomínios ou residencias. Não faz parte da atribuição do Porteiro realizar rondas ou ocupar postos perimetrais de vigilância patrimonial.
Porteiro é um auxiliar da segurança, o papel do porteiro está restrito aos serviços de portaria, sendo assim esse profissional não está apto a fazer atividade de segurança ostensiva.
Para conseguir exercer as suas funções da melhor forma possível, e não comprometer a segurança do condomínio, é fundamental que o porteiro permaneça o tempo todo no seu posto, só se ausentando em casos de extrema urgência.
Além disso, o porteiro também precisa saber o que deve ser feito em emergências, como quebra de elevador quando não houver mais nenhum funcionário em atividade, o aparecimento de um foco de incêndio ou se houver uma pessoa estranha rondando o condomínio.
Assim, a administração do condomínio deve providenciar um telefone para a portaria e deixar em um local acessível para o porteiro uma lista de telefones úteis, como polícia, SAMU e Corpo de Bombeiros.
Como o porteiro tem acesso às câmeras de segurança e, dependendo de como o condomínio é organizado, também tem uma boa visão da área externa, ele deve reportar ao síndico caso haja algum problema ou caso algum morador infrinja uma regra do regulamento interno.
Requisitos para o exercício e atuação na profissão de porteiro
- Ter idade mínima de dezoito anos;
- Ensino fundamental;
- Ter sido aprovado em exames de saúde e de aptidão psicológica;
- Ter idoneidade comprovada mediante a apresentação de certidões negativas de antecedentes criminais;
- Estar quite com as obrigações eleitorais e militares; e
- Possuir registro no Cadastro de Pessoas Físicas.
Quais são as principais funções do porteiro?
Segurança
Um dos principais trabalhos do porteiro é garantir a segurança do edifício e de seus ocupantes. Afinal são eles que controlam o acesso, verificando a identidade de quem entra e sai do local, o que ajuda a prevenir roubos, invasões e incidentes indesejados.
Além disso, o porteiro monitora as câmeras de segurança e reporta qualquer atividade suspeita às autoridades competentes. A sua presença também dissuade ações criminosas, proporcionando maior tranquilidade aos moradores.
Atendimento ao público
Os porteiros são frequentemente o primeiro ponto de contato para os moradores, visitantes e prestadores de serviços. Por este motivo, eles devem ser corteses, prestativos e capazes de lidar com diversas situações.
Os porteiros fornecem informações sobre o prédio, direcionam visitantes aos destinos corretos e, em casos de emergência, coordenam a evacuação e acionam os serviços de apoio necessários.
Eles também são responsáveis por receber e distribuir correspondências e pacotes, garantindo que os moradores recebam as suas entregas com segurança.
Gerenciamento de registros
Os porteiros mantêm registros precisos das pessoas que entram e saem do prédio. Esses registros podem ser cruciais para investigações futuras ou para rastrear a presença de pessoas em casos de emergência.
Além disso, eles podem monitorar a quantidade de pessoas no edifício em determinado momento, auxiliando no cumprimento de normas de segurança e prevenção.
Monitoramento de equipamentos
Muitos prédios possuem equipamentos que requerem monitoramento, como sistemas de alarme, elevadores, câmeras de segurança e iluminação.
Os porteiros estão encarregados de garantir que esses sistemas estejam funcionando corretamente e notificar a manutenção em caso de falhas.
Eles também podem ser responsáveis por abrir e fechar portões de estacionamento, controlar o acesso de veículos e fornecer orientação para os motoristas.
Deveres do Porteiro
- Conhecer e cumprir as políticas, normas e procedimentos criados pelo empregador;
- Conhecer e fiscalizar o cumprimento das normas e procedimentos de segurança do estabelecimento;
- Cumprir o horário de trabalho previsto e realizar as marcações de ponto;
- Executar as atividades solicitadas pelo empregador de acordo com sua função/cargo;
- Adotar comportamento preventivo e seguir orientações e normas referentes a Segurança do Trabalho;
- Caso fornecido, fazer uso correto do uniforme de trabalho durante sua jornada de trabalho;
- Alertar o empregador sobre riscos, falhas ou comportamentos que possam prejudicar/ afetar o bom andamento do serviço.
O que não é função do porteiro?
Além de saber quais são as funções do porteiro, o síndico e os moradores também precisam saber o que não é atribuição desse profissional. Por isso, vamos mostrar agora quais tarefas não se encaixam nas funções do porteiro:
- Trocar lâmpadas;
- Cuidar da limpeza do condomínio;
- Vigiar as crianças;
- Manobrar carros;
- Guardar pertences dos moradores, como chaves da unidade;
- Ir até à unidade residencial de um morador para fazer algum reparo;
- Levar as compras do morador até a sua casa ou apartamento.
Conclusão:
É importante destacar a relevância dessas diferentes funções no contexto da segurança privada. Cada profissional desempenha um papel específico, contribuindo para garantir a proteção e a tranquilidade de pessoas, propriedades e eventos. No processo de contratação e atribuições de responsabilidades, é essencial respeitar as atribuições e funções de cada um desses profissionais, sob pena de gerar passivos trabalhista e consequentes ações trabalhista visando reparação de direitos e equiparação salarial.