Guia definitivo de EPI: o que são, tipos, NR-6 e lista obrigatória

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Quando falamos em prevenção de acidentes, uma sigla se destaca como a última barreira entre o perigo e o trabalhador: o EPI (Equipamento de Proteção Individual). A segurança no ambiente de trabalho é o pilar fundamental que sustenta a produtividade e a integridade humana em qualquer setor, desde a construção civil até a manutenção de sistemas eletrônicos sensíveis.

No entanto, o tema ainda gera muitas dúvidas. Afinal, qual a diferença exata entre EPI e uniforme? Quais equipamentos são obrigatórios para um eletricista ou para quem trabalha em altura? Como gerenciar a validade e a entrega desses itens para evitar processos trabalhistas?

Este guia foi elaborado para ser a referência definitiva sobre o assunto. Aqui, vamos explorar a fundo a Norma Regulamentadora 6 (NR-6), detalhar os tipos de proteção para cada parte do corpo e explicar como realizar a gestão eficiente desses ativos. Se você é gestor, técnico de segurança ou trabalhador, este material servirá como um mapa completo para garantir a conformidade legal e, acima de tudo, a preservação da vida.

O que define um EPI?

De acordo com a Norma Regulamentadora 6 (NR-6) no Brasil, considera-se Equipamento de Proteção Individual todo dispositivo ou produto, de uso individual, utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.

Para ser considerado um EPI legal, o equipamento precisa ter o CA (Certificado de Aprovação) válido, expedido pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho.

Principais tipos de EPI por zona de proteção

A lista de equipamentos é extensa e depende diretamente do risco da atividade (eletricidade, altura, impacto, ruído, etc.). Abaixo, listamos os mais comuns nas empresas:

1. Proteção da cabeça e face

O capacete de segurança é o ícone mais conhecido, protegendo contra impactos, quedas de objetos e choques elétricos. Já a proteção facial inclui máscaras de solda e protetores contra respingos químicos.

2. Proteção visual (Olhos)

Os óculos de proteção (ou óculos de segurança) são vitais. Eles evitam cegueira ou lesões causadas por partículas volantes, luz intensa (radiação ultravioleta ou infravermelha) e produtos químicos. Existem modelos incolores, escuros (para ambientes externos) e de sobrepor (para quem usa óculos de grau).

3. Proteção auditiva

Para ambientes com ruído acima dos limites de tolerância, o uso de protetores auriculares (tipo plug ou tipo concha/abafador) é obrigatório para evitar a perda auditiva induzida por ruído (PAIR).

4. Proteção de membros (Mãos e Pés)

As luvas de proteção variam de material (látex, couro, malha de aço) conforme o risco: corte, calor, agentes biológicos ou químicos. Nos pés, a bota de segurança (ou botina) protege contra pregos, objetos pesados, escorregões e riscos elétricos.

Compreendido. Para não repetir as definições básicas que já cobrimos (como “o que é um capacete”), vou criar duas seções focadas em Consultas Rápidas e Matrizes de Decisão.

Essas seções funcionam muito bem para “Featured Snippets” do Google (aquelas caixas de resposta rápida) e servem como um checklist prático para o leitor.


Mapa anatômico da proteção (Guia por região)

Para facilitar a identificação das necessidades de proteção, dividimos o corpo humano em zonas críticas. Utilize esta lista para cruzar com a atividade exercida:

Cabeça (Crânio): Proteção contra impactos, perfurações e choques elétricos. Item chave: Capacete com suspensão (carneira) para absorção de impacto.

Visão e Face: Proteção contra partículas volantes, radiação luminosa e respingos. Item chave Óculos com proteção lateral e protetores faciais de policarbonato.

Audição: Proteção contra níveis de pressão sonora acima dos limites de tolerância. Item chave: Protetores de inserção (plugs) ou concha (abafadores), observando o NRRsf (Nível de Redução de Ruído).

Vias Respiratórias: Proteção contra inalação de aerossóis, gases e vapores. Item chave: Respiradores purificadores de ar (com filtros mecânicos ou químicos).

Tronco: Proteção contra riscos térmicos, mecânicos e visibilidade. Item chave: Coletes refletivos (sinalização), vestimentas antichama e aventais de raspa.

Membros Superiores (Braços e Mãos): Proteção contra corte, abrasão, produtos químicos e choque. Item chave: Luvas (látex, nitrílica, aramida, isolantes) e mangas de proteção/mangotes.

Membros Inferiores (Pernas e Pés): Proteção contra torção, escorregamento, perfuração e animais peçonhentos. Item chave: Calçados com solado bidensidade, biqueiras (aço ou composite) e perneiras de segurança.

Corpo Inteiro (Trabalho em Altura): Proteção contra quedas com diferença de nível. Item chave: Cinturão tipo paraquedista e dispositivos de ancoragem.

EPI para segurança privada e segurança Eletrônica

1. Por que falar de EPI na segurança?

Olá, vamos falar sobre EPI e sobre a sua segurança no trabalho.

Na segurança privada e na segurança eletrônica, você lida todos os dias com situações de risco:

  • Atuação em portarias, rondas e áreas externas
  • Trabalhos em altura (instalação de câmeras, cercas e sensores)
  • Contato com rede elétrica
  • Exposição ao clima, ruídos, quedas, impactos e esforço físico

Por isso, o Equipamento de Proteção Individual (EPI) é parte essencial do seu trabalho.

Matriz de EPIs obrigatórios por tipo de risco

A escolha do EPI nunca é aleatória; ela responde diretamente à natureza do risco identificado no PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos). Abaixo, classificamos os equipamentos conforme a ameaça que neutralizam:

1. Risco de Acidentes (Mecânicos e Elétricos)

Esta é a categoria mais crítica para o setor de instalação e manutenção eletrônica.

  • Queda de nível: Obrigatório uso de cinto paraquedista, talabarte (Y ou de posicionamento) e trava-quedas para atividades acima de 2,00m.
  • Choque Elétrico: Luvas isolantes de borracha (classe conforme a tensão), calçados dielétricos (sem componentes metálicos expostos) e vestimenta resistente a arco elétrico.
  • Corte e Perfuração: Luvas com resistência mecânica (fios de aço ou fibras sintéticas) para manuseio de cabos, ferramentas de corte e estruturas metálicas.

2. Riscos Físicos

  • Ruído Intermitente ou Contínuo: Uso de protetores auriculares para operação de furadeiras de impacto, marteletes ou ambientes industriais ruidosos.
  • Radiação Não Ionizante: Máscaras de solda com lentes filtrantes (tonalidade correta) e vestimentas de proteção para a pele (aventais e mangotes) durante processos de soldagem de suportes ou estruturas.
  • Umidade: Calçados impermeáveis (PVC) e vestimentas hidro-repelentes para trabalhos externos sob chuva.

3. Riscos Químicos

Comum em limpezas de equipamentos, uso de colas industriais ou baterias.

  • Contato dérmico: Luvas impermeáveis (nitrílicas ou PVC) e cremes protetores.
  • Inalação de vapores: Respiradores com filtros químicos específicos para vapores orgânicos ou gases ácidos, dependendo do solvente utilizado na manutenção.

A diferença crucial entre EPI e uniforme

Um erro comum é confundir uniforme com EPI. O uniforme serve para padronização visual, conforto e identificação da equipe. Já o EPI tem a função técnica de proteger a integridade física.

Por exemplo, uma camiseta de algodão com a logo da empresa é um uniforme. Já uma vestimenta condutiva para proteção de todo o corpo contra choques elétricos é um EPI. Para que um item seja considerado EPI, ele obrigatoriamente precisa possuir o Certificado de Aprovação (CA).

Responsabilidades legais

A legislação brasileira estabelece uma divisão clara de deveres:

  1. Cabe ao empregador: Adquirir o EPI adequado ao risco de cada atividade; exigir seu uso; fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional competente; orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação; substituir imediatamente quando danificado ou extraviado.
  2. Cabe ao trabalhador: Usar o equipamento, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina; responsabilizar-se pela guarda e conservação; comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso.

Responsabilidades sobre EPI

Da empresa de segurança / segurança eletrônica:

  • Fornecer EPI adequado para cada função, em bom estado e gratuitamente
  • Orientar e treinar sobre o uso correto de cada equipamento
  • Substituir EPIs danificados, vencidos ou inadequados
  • Manter registros e controle dos EPIs entregues

Do trabalhador:

  • Usar o EPI sempre que a atividade exigir
  • Cuidar bem dos equipamentos recebidos
  • Não alterar, retirar partes ou “adaptar” o EPI por conta própria
  • Informar imediatamente quando o EPI estiver danificado, desconfortável demais ou sem ajuste correto
alt="Capacete de segurança amarelo em close, mostrando o número de CA em relevo na lateral"
Imagem em close de um capacete de segurança amarelo, utilizado na construção civil, com destaque para o número de Certificado de Aprovação (CA) gravado em relevo na lateral do casco. A foto enfatiza a importância de utilizar EPIs regulamentados e devidamente identificados para garantir a segurança do trabalhador.

Gestão, ficha e controle de EPI: blindagem jurídica e operacional

A entrega física do equipamento é apenas metade do processo. A outra metade é a gestão documental. Para a justiça trabalhista, “o que não está documentado, não aconteceu”. Se você entregou a bota de segurança, mas não pegou a assinatura na ficha com o CA correto, legalmente você não entregou.

Abaixo, estruturamos como implantar um sistema de controle à prova de falhas.

O tripé da gestão de EPI

Para organizar o setor, você precisará de três ferramentas distintas (físicas ou digitais):

  1. Ficha de Entrega de EPI (Individual): O documento legal que comprova o recebimento pelo funcionário.
  2. Planilha de Controle de Estoque/Validade (Gerencial): Para o setor de compras saber quando repor e quando o CA vai vencer.
  3. Termo de Responsabilidade e Advertência (Disciplinar): Para garantir o uso e punir a negligência.

Modelos de documentos para gestão

A. Modelo de Ficha de EPI (Word/PDF)

Estrutura sugerida para o documento:

  • Cabeçalho: Logotipo da Empresa | Título: FICHA DE CONTROLE E ENTREGA DE EPI
  • Dados do Colaborador: Nome, Matrícula, Função (Ex: Auxiliar de Limpeza, Técnico Eletrônico), Setor, Data de Admissão.
  • Termo de Compromisso (Texto legal): “Declaro ter recebido os EPIs listados, em perfeito estado, e comprometo-me a utilizá-los durante a jornada, ciente de que a falta de uso constitui ato faltoso.”
  • Tabela de Registro:
    • Data de Entrega
    • Tipo de EPI (Ex: Luva nitrílica)
    • Fabricante
    • Número do C.A. (Campo Obrigatório)
    • Quantidade
    • Motivo (Admissão / Troca por desgaste / Perda)
    • Assinatura do Recebedor
    • Data de Devolução

Nota para funções específicas: Para um Auxiliar de Limpeza, a ficha será preenchida predominantemente com luvas (látex/PVC), botas impermeáveis e óculos de proteção. Para um Técnico de Campo, a ficha terá capacetes, cintos e talabartes.

B. Planilha de Controle de EPI (Excel)

Enquanto a ficha fica no arquivo do funcionário, a planilha de controle fica no computador do gestor.

  • Colunas essenciais: Item, Marca, CA, Data de Validade do CA, Quantidade em Estoque, Estoque Mínimo, Data da Última Compra.
  • Função: Evitar que falte equipamento (o que geraria parada de trabalho ou risco legal) e evitar comprar itens com CA prestes a vencer.

Consequências legais: Advertência e Danos Morais

O controle de EPI é uma via de mão dupla. Tanto a empresa quanto o funcionário podem ser penalizados.

1. Quando a empresa falha (Danos Morais)

O Danos Morais pelo não fornecimento de EPI é uma das causas mais comuns de condenação na Justiça do Trabalho. Se um acidente ocorre e a empresa não comprova a entrega (via ficha) e a fiscalização do uso, entende-se que houve culpa do empregador. A indenização pode cobrir danos estéticos, físicos e psicológicos.

2. Quando o funcionário falha (Advertência e Justa Causa)

Se a empresa forneceu, treinou e documentou, o funcionário é obrigado a usar. A recusa injustificada permite a aplicação de sanções gradativas.

Modelo de Advertência por Falta de Uso de EPI (Sugestão de Texto):

Ao Sr(a). [Nome do Funcionário]

Assunto: Advertência Disciplinar

Comunicamos que V.Sa. está sendo advertido(a) por descumprimento das normas de segurança e medicina do trabalho, especificamente por não utilizar o [Nome do EPI, ex: Capacete de Segurança] durante a atividade de [Descrição da Atividade] no dia [Data], contrariando a NR-6 e o Art. 158 da CLT.

Esclarecemos que a reincidência nesta falta poderá ensejar medidas mais severas, incluindo suspensão e demissão por justa causa.

Local e Data: ___________

Assinatura do Empregado: ___________

Assinatura do Supervisor: ___________

Sugestão de Modelo de Texto para a Ficha (Para Copiar e Colar)

Pode incluir este modelo como um “bónus” no meio do seu artigo:

MODELO DE REGISTO DE ENTREGA DE EPI

Termo de Responsabilidade:

Declaro para os devidos fins que recebi os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) abaixo discriminados, novos e em perfeito estado de conservação e funcionamento. Declaro ainda ter recebido orientação e treino sobre o uso adequado, guarda e conservação dos mesmos, comprometendo-me a utilizá-los durante a minha jornada de trabalho.

DataQuant.Descrição do EPIC.A. n.ºFabricanteAssinatura do ColaboradorDevolução (Data)

O coração da confiabilidade de um EPI é o seu CA. O Certificado de Aprovação é um documento emitido pelo Ministério do Trabalho que garante que aquele equipamento passou por testes laboratoriais rigorosos e foi aprovado para proteger contra riscos específicos.

Como consultar o CA

Todo EPI deve ter o número do CA gravado de forma indelével e legível no próprio equipamento. É através desse número que o técnico de segurança ou o comprador pode verificar a validade do certificado no sistema do MTE ou em ferramentas especializadas como o Consulta CA.

Ao consultar o CA, você descobre:

  • Para quais riscos o equipamento protege (ex: proteção contra impacto, proteção contra agentes químicos).
  • A data de validade do certificado.
  • A descrição técnica completa do produto.

Validade do CA versus validade do produto

Este é um ponto que gera confusão frequente. Existem duas validades distintas:

  1. Validade do CA: É o prazo que o fabricante tem para comercializar o produto. Se o CA venceu, o fabricante não pode mais vender, mas o trabalhador pode continuar usando o EPI até o final da sua vida útil, desde que tenha sido adquirido enquanto o CA estava válido.
  2. Validade do produto (vida útil): É o prazo de validade do material em si, determinado pelo fabricante (ex: validade de 5 anos para um capacete, desde que bem conservado). O descarte deve seguir essa data ou o desgaste natural do uso.

Arquitetura de tipos de EPI

A variedade de equipamentos é vasta e deve ser selecionada com base no PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos) da empresa. Abaixo, categorizamos os principais grupos.

Proteção da cabeça

O crânio é uma das áreas mais vitais e expostas. O capacete de segurança é o item mais icônico desta categoria. Existem modelos de aba frontal (comuns na construção e indústria) e de aba total (usados em áreas elétricas ou siderurgia).

Além do impacto contra quedas de objetos, o capacete pode oferecer proteção contra choques elétricos (classe B) e proteção térmica. Itens acessórios, como a jugular (fita que prende o capacete ao queixo), são essenciais para trabalhos com movimentação intensa ou altura.

Para proteção térmica ou química, utiliza-se também o capuz ou balaclava, muito comum para brigadistas e eletricistas.

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A escolha do EPI depende diretamente da análise de riscos da atividade.

EPI: Proteção dos olhos e face

Os olhos são extremamente sensíveis a partículas volantes, luminosidade intensa e respingos químicos.

  • Óculos de proteção incolor: Para proteção contra impactos mecânicos e partículas.
  • Óculos de proteção escuro: Para ambientes externos com alta luminosidade.
  • Óculos de sobrepor: Desenhados para serem usados por cima dos óculos de grau do trabalhador.
  • Protetor facial (Viseira): Protege todo o rosto contra impactos maiores, fagulhas de esmerilhadeira ou respingos químicos.
  • Máscara de solda: Específica para filtrar a radiação ultravioleta e infravermelha gerada no arco de soldagem.

Proteção auditiva

A perda auditiva induzida por ruído (PAIR) é uma doença irreversível. Para combatê-la, utilizamos:

  • Protetor auditivo tipo plug (inserção): De silicone ou espuma, inserido no canal auditivo. Leve e compatível com outros EPIs.
  • Protetor auditivo tipo concha (abafador): Cobre toda a orelha. Geralmente oferece maior atenuação de decibéis e é mais higiênico, pois não entra no canal auditivo.

Proteção respiratória

Essencial em ambientes com poeira, névoas, fumos ou vapores tóxicos.

  • Máscaras descartáveis (PFF1, PFF2/N95, PFF3): Peças semifaciais filtrantes. A PFF2, por exemplo, tornou-se famosa na pandemia, mas é originalmente um EPI para proteção contra aerossóis biológicos e poeiras finas.
  • Respiradores com filtros químicos: Para proteção contra vapores orgânicos, gases ácidos e amônia. Exige troca periódica dos cartuchos.

Proteção de mãos e braços

As mãos são as ferramentas mais utilizadas e as mais acidentadas.

  • Luvas de raspa/couro: Para trabalhos pesados, abrasivos e solda.
  • Luvas de látex/nitrílicas: Para proteção contra agentes químicos e biológicos.
  • Luvas de malha de aço: Para cortes em frigoríficos e manuseio de lâminas.
  • Luvas isolantes de borracha: Obrigatórias para eletricistas, divididas por classes de voltagem.
  • Creme protetor (luva química): Creme especial que cria uma barreira contra óleos, graxas e solventes.
  • Mangotes: Protegem o antebraço contra cortes, calor e respingos.

Proteção de pés e pernas

O calçado de segurança previne torções, perfurações, quedas e choques.

  • Botina de segurança: Com ou sem bico de aço/composite. O bico de aço protege contra queda de pesos, mas não deve ser usado por eletricistas (que devem usar biqueira de composite ou plástico).
  • Bota de PVC (galocha): Para ambientes úmidos, lama ou contato com produtos químicos.
  • Perneira: Protege a perna contra picadas de animais peçonhentos (comum no setor elétrico rural e agrimensura) e cortes de roçadeiras.

Proteção contra quedas (Trabalho em Altura)

Para atividades acima de 2 metros do nível inferior, onde há risco de queda, a proteção é vital.

  • Cinturão de segurança tipo paraquedista: Distribui a força do impacto pelo corpo em caso de queda.
  • Talabarte: O elo que conecta o cinto ao ponto de ancoragem. Pode ser simples, duplo (em Y) ou de posicionamento.
  • Trava-quedas: Dispositivo que trava automaticamente em movimentos bruscos de descida.

Arquitetura de contexto e entidades relacionadas

Para entender o ecossistema de segurança, é preciso mapear as entidades que orbitam o tema EPI.

  • Normas Regulamentadoras (NRs): Além da NR-6, temos a NR-10 (Segurança em Instalações Elétricas), NR-35 (Trabalho em Altura) e NR-12 (Máquinas e Equipamentos). Todas exigem EPIs específicos.
  • EPC (Equipamento de Proteção Coletiva): A hierarquia de segurança dita que o EPC (ex: guarda-corpo, exaustores, cones de sinalização) tem prioridade sobre o EPI. O EPI só deve ser usado quando o EPC não for viável ou suficiente.
  • SESMT e CIPA: São os órgãos internos das empresas responsáveis por fiscalizar e promover o uso correto desses equipamentos.

Aplicações por cenário

Cenário 1: O Eletricista e Instalador de Segurança Eletrônica

Profissionais que lidam com instalações de câmeras, cercas elétricas e alarmes enfrentam riscos mistos: choque elétrico e queda de altura.

O “kit básico” para este perfil inclui: capacete classe B (isolante), óculos incolor e escuro (para trabalho externo), uniforme antichama (risco de arco elétrico nível 2), luvas isolantes (conforme a voltagem), botina sem componentes metálicos e cinto paraquedista com talabarte dielétrico.

Cenário 2: Construção Civil e Obras

Neste ambiente, o risco de impacto e perfuração é constante. Botinas com palmilha antiperfuro, capacetes de aba frontal e luvas de raspa são onipresentes. A proteção respiratória é crítica em fases de demolição ou lixamento devido à sílica.


alt="Bota de segurança EPI preta com solado antiderrapante em destaque"
Bota de segurança (EPI) com solado antiderrapante, essencial para prevenção de quedas em ambientes de trabalho.

Erros comuns e como evitar

Mesmo com o equipamento disponível, falhas operacionais comprometem a segurança.

  1. Uso de “EPI” sem CA: Comprar óculos de sol em loja de conveniência e usar na obra. Isso não protege contra impactos e não tem garantia técnica.
    • Correção: Adquirir somente em lojas especializadas de EPI e conferir o CA.
  2. Adaptações caseiras: Furar o capacete para ventilação ou costurar o cinto de segurança.
    • Correção: Qualquer alteração na estrutura do EPI invalida o CA e compromete a resistência mecânica.
  3. Higienização inadequada: Lavar filtros de máscaras descartáveis ou deixar luvas sujas de óleo.
    • Correção: Seguir o manual do fabricante. Itens descartáveis nunca devem ser lavados.
  4. Tamanho incorreto: Luvas muito grandes prendem em máquinas; botas apertadas causam lesões.
    • Correção: Testar o equipamento antes da entrega definitiva.
  5. Negligenciar a validade: Usar capacete vencido (o plástico resseca e quebra com o impacto).
    • Correção: Monitorar a data de fabricação impressa no item (geralmente 5 anos para capacetes em uso).

Boas práticas e checklist operacional (A Ficha de EPI)

A gestão documental é tão importante quanto a proteção física. A Ficha de Entrega de EPI é o documento que prova judicialmente que a empresa forneceu o equipamento.

O que deve constar na Ficha de EPI:

  • Nome completo do funcionário e cargo.
  • Data da entrega e data da devolução (quando houver troca).
  • Descrição do EPI (ex: Bota de segurança bico composite).
  • Número do CA do item entregue.
  • Fabricante.
  • Assinatura do funcionário declarando recebimento e treinamento.

Checklist de inspeção diária (para o usuário)

  • Verificar se há trincas no capacete ou na suspensão (carneira).
  • Checar se as lentes dos óculos estão riscadas a ponto de atrapalhar a visão.
  • Inspecionar costuras e fitas do cinto de segurança (desgaste, queimadura, corte).
  • Verificar a integridade do solado da bota.
  • Testar a vedação da máscara respiratória.
alt="Ficha de controle de entrega de EPI preenchida sobre uma prancheta"
Ficha de controle de entrega de EPI preenchida,


Medição e melhorias contínuas

Como saber se o investimento em EPI está funcionando? A resposta não é apenas “zero acidentes”, mas sim a criação de uma cultura de segurança.

Indicadores (KPIs) sugeridos:

  • Taxa de reposição: Uma troca muito frequente pode indicar má qualidade do produto ou mau uso pela equipe. Uma troca muito lenta pode indicar que o funcionário está usando item vencido ou danificado.
  • Registro de quase-acidentes: Situações onde o EPI evitou a lesão (ex: “pedra bateu no óculos e não furou o olho”). Isso deve ser celebrado e divulgado como case de sucesso interno.
  • Aderência ao uso: Auditorias comportamentais para verificar quantos funcionários estão usando corretamente os itens sem precisarem ser mandados.

Perguntas frequentes (FAQ)

1. Quem deve pagar pelo EPI?

O custo do EPI é integralmente do empregador. É proibido descontar o valor do equipamento do salário do funcionário, exceto em caso de dano proposital comprovado.

2. O funcionário pode se recusar a usar o EPI?

Não. A recusa injustificada em usar o EPI obrigatório constitui ato faltoso, passível de advertência, suspensão e até demissão por justa causa, conforme a CLT.

3. Protetor solar é considerado EPI?

Embora fundamental para trabalhos a céu aberto, o protetor solar ainda gera debates. Pela NR-6, cremes protetores são EPIs para proteção química. Porém, para radiação solar, muitos juristas e normas técnicas já o consideram item obrigatório de proteção, devendo ter CA ou registro na Anvisa como protetor.

4. O que fazer se o EPI estragar durante o trabalho?

O funcionário deve parar a atividade imediatamente e solicitar a troca. O empregador tem a obrigação de substituir o item danificado.

5. Posso usar óculos de grau como EPI?

Óculos de grau comuns não são EPIs, pois suas lentes e armações não resistem a impactos industriais. A solução correta é usar óculos de segurança com grau (feitos sob medida com CA) ou óculos de sobrepor por cima da armação pessoal.

6. Qual a validade de um capacete de segurança?

Geralmente, os fabricantes estipulam 5 anos a partir da data de fabricação para o casco, mas isso pode variar conforme o uso e exposição ao sol. A suspensão (carneira) costuma ter validade menor (1 ano) e deve ser trocada periodicamente.

7. O que é EPI conjugado?

É um equipamento composto por vários dispositivos associados para proteger contra mais de um risco simultaneamente, como um capacete que já vem com abafador de ruído e viseira acoplados.

8. Botina de elástico ou de amarrar: qual a melhor?

Depende do risco. A botina de amarrar permite melhor ajuste ao tornozelo, evitando torções em terrenos irregulares. A de elástico é mais prática para calçar e tirar, mas pode sair do pé mais facilmente em lamaçais.

9. É obrigatório ter ficha de EPI digital?

A legislação permite o uso de sistemas eletrônicos (biometria, assinatura digital) para controle de entrega, desde que garantam a autenticidade e integridade dos dados, facilitando a gestão e eliminando papel.

10. Onde consultar se o CA está válido?

A consulta deve ser feita no portal oficial do Ministério do Trabalho ou em sistemas integrados de gestão de SST que puxam a base de dados do governo.


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Guia definitivo de EPI: o que são, tipos, NR-6 e lista obrigatória 1

A segurança não pode ser fracionada. Assim como o EPI é fundamental para proteger a vida do trabalhador, a Segurança Eletrônica é vital para proteger o seu patrimônio e a sua operação.

No Grupo Unifort, a cultura de prevenção está no nosso DNA. Nossos técnicos são rigorosamente treinados e equipados conforme as normas NR-6, NR-10 e NR-35, garantindo que a instalação do seu sistema de alarme, CFTV ou controle de acesso seja feita com máxima segurança e profissionalismo.

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